Aviso aos navegantes: a autora desse blog é Potterhead e já leu
a saga quatro vezes, então se você
espera uma análise do fenômeno Harry Potter, veio ao lugar errado. O que a
gente ama a gente não explica. Dito isso podemos continuar.
Meu primeiro Harry Potter foi em espanhol,
presente que uma grande amiga trouxe de sua viagem pelo Caminho de Santiago (só
isso já é um sinal, não é mesmo?), antes de sair o livro em português e antes da
febre que se seguiu. Fui imediatamente fisgada pelo universo mágico de Hogwarts
e pela humanidade presente no Harry. Foi uma paixão tão intensa, que precisei arrebatar
novos leitores, com quem poderia curtir e discutir passagens prediletas. As
vítimas foram minha mãe e meu mais que irmão Welton. Depois surgiram os amigos
que fui encontrando pelo caminho: Mariana, Ana Carol, Helen, Kelly. Relação
mais forte que essa com um livro/personagem só se for O tempo e O vento, mas aí já é
outra história...
Tiago assistiu a todos os filmes e sabe
trechos de cor. Sua parte predileta? Belatrix, má que só, diz para o Dobby:
"como ousa roubar a varinha de uma bruxa?!". Ele costuma brincar de
Harry Potter e recitar esse trecho. E tem duas baquetas que chama de varinhas.
Uma pra ele e uma pra quem está junto, porque duelo de varinhas tem que ser com
duas, né?
Nas férias de julho ele começou a ficar
bastante ansioso pela cura das minhas vistas operadas e um dia me disse que ele
é que iria escolher o novo livro de capítulos. Escolheu Harry Potter e
a Pedra Filosofal, porque, segundo ele, se o filme já é bom, o livro deve
ser muito mais radical! Nem preciso dizer o quanto adorei sua escolha, né?
Fiquei surpresa, porque ele já conhecia a história pelos filmes. Confesso que
achei que ia ter que insistir para ele ler os livros. Começamos a ler em
setembro e estamos quase no final. Ele adorou o Pirraça, se emocionou com
Hagrid e o dragãozinho e já falou que o próximo vai ser Harry Potter e a Câmara Secreta,
porque ele ama o Dobby de paixão. Esperto esse filho...
Algo que me surpreende a cada leitura é a importância que a autora dá à amizade, ao fato de se ter
amigos. O livro, pra mim, é um grande tratado sobre isso. Sobre como somos transformados pelo outro. Sobre como precisamos do outro pra sermos quem somos. Sobre como podemos ser melhor para o outro. Talvez eu me emocione tanto porque eu
também sinta, não só a necessidade da amizade, mas uma vontade incrível de
estar com amigos e de ter amigos... Talvez porque o que mais me inspira no
dia-a-dia seja a convivência com meus amigos... Talvez porque entre as
coisas imprescindíveis que eu queira passar ao meu filho esteja a importância de
ser amigo... Por isso, talvez, é que faça tanto sentido compartilhar com o
Pururu as aventuras do seu xará, Harry Tiago Potter.